“Precisamos pagar pela imortalidade e morrer
várias vezes enquanto estamos vivos”
Nietzsche
Nietzsche
sugere que não há apenas uma morte ao longo da existência humana, no decorrer
da vida, vamos vencendo etapas e devemos morrer, simbolicamente, para podermos
nascer no estágio seguinte.
Essa
transição de uma vida a outra é o que as tribos mais ligadas à terra chamam de
“rito de passagem”, um momento que nossa civilização vem abandonando.
O
antropólogo catalão J. M. Fericgla comenta o assunto:
“Sem
entrar no mérito da religião, a primeira comunhão era tradicionalmente um rito
de iniciação: uma porta simbólica que conduzia da infância à puberdade. Os
meninos ganhavam suas primeiras calças compridas após a cerimônia,
transformando-se em homenzinhos. Isso coincidia com a permissão para sair à rua
sozinhos, mesmo que apenas para comprar pão. O padrinho costumava abrir uma
conta-corrente no nome do afilhado. Também no momento da primeira comunhão os
meninos ganhavam seu primeiro relógio, o que significava um controle adulto do
tempo.”
Um
bom exercício para tomar consciência das vidas que existem dentro de nossa vida
é fazer uma relação das etapas que já superamos e verificar se houve algum rito
de passagem entre uma e outra. Depois podemos perguntar a nós mesmos: “ qual é
a próxima vida em que quero nascer?”
Allan
Percy
Nenhum comentário:
Postar um comentário