segunda-feira, 20 de outubro de 2008

RETORNO À ESSÊNCIA

A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.

Ah, como hei de encontrá-la? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim, nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.

Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
o que esqueci, olhando-o, relembrar,

Na ausência, ao menos saberei de mim,
e, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
em mim um pouco de quando era assim.